A Esfera Serpentina

Por L. Kalyh

A roda gira,

Gira a natureza na roda,

Na qual a serpente que és vida, és morte, o diabo em suas meras formas.

Eterno filho da primeira noite, na qual é o rei do mundo, o arquiteto de mistérios, senhor do baile de máscara, um banquete de deuses, cheio de glamour e seduções.

Eis o dragão de duas faces,

Na qual lança o pomo da discórdia para ver quem cai, e cai.

O fruto apreciado pelos animais audaciosos, astuto em sua natureza sem sentido,

Eis o mistério da vida, um jogo de luz e sombra que reluz as milhares de formas e cores, crua.

A bruxa em sua marcha de rebelião, consagrada em vinho real, és astuciosa em viver em liberdade, fora das engrenagens, aprende a arte dos espelhos e os glamours, assim como as teias da vida, Passa-se de escrava do desejo que são submetidos ao homem em que o diabo domina, para a própria besta encarnada, que vive em êxtase de infinitas possibilidades na roda que se quebra e torna-se espiral.

Um vórtex além das causalidades que ergue os deuses em seu templo de carne para torna-se a própria deusa manifesta, a nudez escura da primeira noite imanifestada.

Regojiza em prazer e voluptuosidade,

Nas danças macabras com seus risos pervertidos,

A filha eterna que dança com a morte, a escuridão desértica que aguarda profundos segredos.

O próprio espelho.

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